
Em 1971, o estadunidense Michael Stern Har começou a digitar diversos textos. Entre eles, a Declaração de Independência de seu país e algumas obras de Homero, Shakespeare e Mark Twain. E assim nasceu o livro eletrônico. Ou e-book, como acabou ficando conhecido.
Eu sempre gostei de livros. Mais de ler do que colecionar volumes. Mesmo assim, durante anos mantive uma boa biblioteca. Na mudança para Portugal, fui obrigado a desfazer de muitos livros. A partir deste momento, comecei a esvaziar minhas estantes. Comprava, lia e passava adiante. Na volta ao Brasil, muitos livros ficaram para trás. Quando mudei para o Canadá, aconteceu o mesmo. Hoje, tenho apenas algumas obras selecionadas. Mas continuo a manter uma estreita relação com o livro impresso. Tanto assim, que participo com os meus contos, há dezoito anos, de um projeto que já distribuiu, gratuitamente e em praça públicas, mais de 350 mil exemplares. O Livro de Graça na Praça nasceu por iniciativa do professor José Mauro da Costa e tem como finalidade democratizar e difundir o gosto pela leitura e promover a cultura literária. Em setembro deste ano, lá na Praça de Santa Tereza, em Belo Horizonte, teremos mais uma edição. O evento Livro de Graça na Praça já aconteceu, além de anualmente em BH, nas praças de Manaus, Uberaba, Uberlândia, Crato, São Lourenço e Toronto (Canadá).
O assunto em pauta, no entanto, não é o livro impresso. É aquele que o Michael Stern Har bolou em 1971, o e-book. Alias, foi ele quem fundou o Projeto Gutenberg, o maior e mais antigo produtor de livros eletrônicos do mundo.
Há vinte anos, um velho amigo jornalista dizia que os jornais impressos iriam acabar com o advento da internet. Não acabou. Da mesma forma que, quando surgiu a televisão, diziam que as rádios iriam desaparecer. Não aconteceu. No entanto, todos os jornais e todas as emissoras estão também na internet.
Em março do ano passado, a Câmara Brasileira do Livro publicou em seu site que os livros digitais não decolaram. E uma coluna no jornal Estado de Minas replicou, destacando que os e-books se tornaram um fracasso retumbante.
Pois é. Não tenho dados recentes, mas tudo leva a crer que os livros eletrônicos estão levando a melhor. Outro dia, o frei Betto me falou do lançamento de seu novo livro, O Diabo na Corte: Leitura Crítica do Brasil Atual. Curioso, comprei o livro no formato digital e li no mesmo dia. E mais barato do que a edição impressa que viria pelos correios. Em março, comprei um livro impresso para dar de presente e demorou 25 dias para chegar.
Nos tempos atuais de distanciamento social, inúmeras editoras e aplicativos estão oferecendo milhares de e-books totalmente gratuitos. Entre os sites: Amazon, Biblioteca Mundial Digital, eBooks Brasil, Livraria Cultura, Saraiva e Projeto Gutenberg. Este último oferece, de graça, mais de 38 mil livros eletrônicos em português. Na Biblioteca Mundial, você pode pesquisar e fazer o download em pdf de 19.147 itens sobre 193 países entre 8000 a.C. e o ano 2000.
Embora muitos livros eletrônicos possam ser lidos no computador, celular ou tablete, o ideal mesmo é ter um leitor de livro. No mercado brasileiro existem vários. Entre os melhores estão o Kindle (da Amazon e pesa 161 gramas), Lev Fit (da Saraiva com 130 gramas) e o Kobo (180 gramas). A grande vantagem de um leitor de e-books, além de sua portabilidade, é que eles desenvolveram uma tecnologia que proporciona a mesma sensação de leitura de um livro convencional. Eu tenho um Kindle, já li mais de 30 livros nele e ainda tenho uns 50 no banco de reserva. Alguns deles, baixei de graça.
Uma dica final para quem deseja aprimorar o inglês. Tem um site de livros gratuitos (de todos os gêneros) com vários níveis de inglês, do principiante ao avançado. Vale uma espiada: english-e-reader.net.
Não resisto a um posfácio. Além de nossa tristeza pelo falecimento de mais de 5.000 pessoas (hoje, na manhã do dia 29 de abril), penso que nós só sentimos mesmo o tamanho da tragédia quando alguém próximo é vitimado pela doença. Há três dias, faleceu de coronavírus em São Paulo o meu querido primo Eduardo. Ele foi fazer um procedimento num hospital e lá pegou o vírus.
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Boa tarde,
Obrigada por compartilhar
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Oi, Arthur!
Não precisava dizer mas digo, reafirmo e confirmo. Estou disponível, interessado no desenvolvimento de seu blog. Faço o que você achar necessário(em qqr área que vc precise) para esse objetivo. Meu abraço, com a liberdade de amigo.
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É verdade, Arthur! Senti mais a presença da pandemia depois da morte do nosso primo Adunda em São Paulo…
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