
Inúmeros órgãos e entidades ligados à saúde pública cobram do governo federal a exigência de apresentação do certificado de vacinação aos passageiros que chegam ao Brasil. Entre eles, e com insistência desde o dia 12 de novembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Hoje, vários estados e municípios já exigem o certificado para várias atividades públicas. No Rio, até para hotéis. Com a chegada da nova variante ômicron, a pressão junto ao governo aumentou. A medida ainda não foi adotada porque o presidente cabeça dura é contra. E não é só por ser negacionista. Se aprovada a exigência do certificado, ele poderia ser barrado quando voltar ao Brasil de uma viagem ao exterior. Ou teria de admitir que, escondido de seu bando, tomou as três doses. O Brasil, felizmente, é muito maior do que bolsonaro e a recomendação da Anvisa deve ser adotada nos próximos dias.
Antes da chamada 4ª onda da covid, vários países já haviam flexibilizado a entrada de brasileiros. Como os EUA, o Canadá acaba de “aceitar” brasileiros vacinados com as duas doses da coronavac. Mesmo os cidadãos canadenses que, fora do Canadá, tomaram a coronavac estavam proibidos de retornar ao país. Foi o meu caso. Tenho a dupla cidadania há mais de 20 anos e sou editor de uma revista em Toronto. Mesmo assim, tive de adiar por três vezes a minha viagem de trabalho. Não deixei por menos e escrevi um artigo na revista Brazilian Wave. A matéria, publicada em português, inglês e francês, levou o título “Canadá discrimina cidadãos canadenses”.
No Brasil, o ano parece não querer terminar. Além da última bobagem do bolsonaro (tem sempre uma), a corrida pela presidência ganha novos contornos. O ex-juiz de Maringá, suspeito e incompetente como decidiu o Supremo Tribunal Federal, lança sua candidatura e começa a receber mimos de certa imprensa. Em seu discurso, defendeu criar no Brasil um tribunal de exceção e citou como exemplo a Ucrânia. Para conquistar o eleitorado de extrema-direita, o juiz suspeito e incompetente se apresenta como o verdadeiro bolsonaro da campanha de 2018. Sua mulher, Rosângela Moro, já havia declarado, em fevereiro de 2020, que bolsonaro e moro são “uma coisa só”. O presidente deve conhecer bem o seu ex-ministro. Ontem, ele declarou que o moro é “mentiroso, palhaço e sem caráter”.
No legislativo federal, senado aprova a PEC dos precatórios e a indicação do André Mendonça. Com os bilhões dos precatórios, bolsonaro espera manter o segundo lugar na disputa presidencial de 2022. Já o pastor-juiz, com nova cabeleira, deixou de ser terrivelmente evangélico como queria seu patrão. Para conquistar o posto, agora é favor do casamento gay e nada de prece no Tribunal. Não sei se o prometido almoço semanal com o presidente será mantido.
O PSDB, antes de afundar de vez, lança o ex-Bolsodória como um possível Morodória. Tem também as pesquisas. A última aponta o índice mais baixo de aprovação do governo bolsonaro: 19%. A Globo coloca no ar uma nova identidade visual. Sai o verde e amarelo e entra violeta e vermelho. No gramado, as vitórias do Deca rumo à Libertadores e o merecido bicampeonato do Galo. E ainda faltam 29 longos dias para o fim de 2021. Haja coração e vacina.
Em tempo: foto do casamento de Aristides Bertual, político e piloto de corrida gaúcho, com sua noivinha Elmira Roveda (1943).
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Oi Arthur, Interessante mas achei que você fosse citar a história do macho Aristides que possuía o ten Bolsonaro, apelidado de “noivinha do Aristides”pelos seus colegas de caserna. MACHÓCHÓ. IKEs
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Parabéns, sempre brilhando, abração
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